domingo, 26 de julho de 2009

Criola

Dias preenchidos por uma fina garoa, que as núvens mais escuras a tornavam grossas gotas d'água. Há três dias vem sendo assim, pouca luz lá fora, o dia nem parece tão dia assim. Semana passada não tive que ir ao trabalho, sete dias longe da fiel vida que levo, que de tão responsável nem sei quem sou. Admirável textos de um homem que gosta de escrever, sempre tenho tempo para ler suas novas traduções escritas em um ambiente semelhante a esse, a profissão dele é escritor e já tem mais de meio século de vida e de textos escritos também, fico pensando se um dia vou ter essa bagagem toda, a ponto de falar tão naturalmente sobre qualquer assunto e ter o discernimento de expor opiniões sem que elas tomem a força de se portarem como a única verdade.
Dias calmos por de mais, estes últimos foram assim, simples...
Volta a vida responsável, turbilhão no primeiro dia, mas só no primeiro dia e, mais para o meio da semana, uma proposta que me levou a ter novos sonhos, na verdade os sonhos já existiam, mas estavam ainda longe e a proposta, os trouxe mais próximos. Sorri à toa o resto da semana e ainda estou ancioso, nessa próxima segunda-feira terei algumas respostas decisivas, Deus me abençoe e a todos nós!
E o que é ainda mais estranho, é estar aqui escrevendo sobre um assunto que não traz interesse a ninguém, é um contar, de forma toscamente resumida, meus dias depois da última vez que deixei uma marca em crônica neste espaço. Que fique claro que não venho aqui por obrigação, venho por vontade comum, por em prática meu pensar, sem ter data certa para voltar. Mas hoje me faltam as palavras, me faltam um foco em algum assunto, me falta a vontade de ler os parágrafos anteriores, mas me sobra tanto pensamento...


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Pele verde.

Eu em pé, erecto e posto arquiteturamente em chão firme, em uma manhã de sol que fazia da minha sombra algo ainda maior que meu gesto estagnado, o frio pelos lados me pediam a força que não tinha. Passei os olhos em realidades muito distantes da minha, que precisam de uma ajuda, não só minha, mas de quem encara a verdade. A dura e fria verdade.
Descobri que me falta ainda muita força, força que busco insensantemente, mas a angústia que não me permite ainda ter, a falta de postura que me joga ao chão, que desmorona toda a estrutura arquitetônica que aparentemente se mostrava tão firme diante alguém ainda pequeno, que é sem dúvida muito mais forte que eu.
Eu educado por família humilde, onde realidade paternal é extritamente igualada desses que fui à uma visita saber aonde posso ajudar... Ajudar? eu que precisei de ajuda! encarar a verdade de um jóvem que não sabe nada, e sabe muito mais que eu! Sabe se livrar do frio com papelão, sabe se livrar da fome em um lixão.
São só crianças que precisam ser mais crianças, e que mundo imperfeito elas se depararam tão cedo??
Doce ilusão a minha de achar que o mundo não é tão ruim assim, só deixa de ser para aqueles que não querem olhar ao lado. Filhos bastardos!
Daniel, 14, não quer sobrenome. foram dez minutos de conversa, e eu desviei meus olhos dos olhos dele, para segurar minha vontade de desmoronar e não chorar as lágrimas que dele saiam não só por dor, saiam por tantas coisas que não há palavra que traduza. O nó na garganta, não me deixava dizer qualquer palavra que ele esperava ouvir. O silêncio disse a ele.
O Silêncio disse a mim: Reaje seu covarde de uma figa! Cadê a sua força? Bundão!
São 35 que estavam nessa mesma remada, e se não suportei o peso de uma história, meu DEUS, como suporatarei 35 ou mais??
Não é meu momento, ainda sou nada na vida. Ainda não sou gente, não sei ser!
Desde então isso bate feito sino na minha nuca, em todas as minhas manhãs vazias dessa semana. E entro em conflito com meus ideais, com o mundo que eu tentava enganar para aliviar a dor, com o sorriso que se mostra tão feliz e é, ao mesmo tempo, tão ausente de felicidade.
Falta compaixão.
Falta ainda mais vida na minha, para que eu possa dar vida a esses que precisam de novas Estórias.
Na minha humilde historinha de vida, que irá completar vinte e quatro em pouco mais de dois meses, me senti tão sem história, tão sem cor, sem cheiro, sem amor...
Cadê minha fé? não deixei de ter, mas ficou apagada, uma vela com o pavio molhado.
Tenho amigos fortes, muito mais que eu. Uma, luta pela vida de animais, mais precisamente por vidas caninas, tem muito amor pra isso, outro não menor nem tampouco maior, encontrou-se nesse mesmo dia que eu, nessa mesma visita que eu, muito mais forte que eu. E sabe muito melhor que eu.
Ainda não sei o que devo fazer, estou em um momento delicado de pensar, e tomar a decisão certa. Em dois dias meu velho aniversaria, o mesmo da história parecida com a do Daniel. Vou tomar corajem, e mudar dessa PELE VERDE.
Obs.: Deixo meu sincero agradecimento à Flavia, Ruy e outros que
não soube o nome e, fazem parte de pessoas escolhidas por DEUS para amenizar a
dor dessas crianças. E a um amigo, que pouco importa o nome, e se faz presente
nesses momentos da minha vida. Aquele abraço.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Credibilidade.

Estávamos e ainda estamos: Rodrigo Marcomini Santos, Guigo, Gigo, Gigó, Marcomini, Drigo, Driguim e Drigão, também estava o Rô e o Rodrigo, de custume poços de lamentações somos um para o outro. Um é forte, outro nem tanto, ainda o outro pensa mais, enquanto o próximo reflete menos e faz o coração decidir. Tem o grosseiro que não vou dizer quem é dentre eles e, têm também entre eles o gentil, que de tanta gentileza parece não ser daqui. Diria que todos têm uma simpatia comum, que gera socialidade.
O pedreiro, carpinteiro e eletricista é paciente, já o farmaco não tem a mesma com os medicamentos que ele julga curar a gripe. O Motorista é todo respeito, e o que faz todos os esportes possíveis, as vezes perde a cabeça em um jogo de futebol. O que cuida da mente é tão importante quanto o que cuida do físico. Mas um é de tudo: Cientista, Veterinário, Cozinheiro? não... cozinheiro ainda não, mas será um bom fritador de ovos mais a frente. Ainda o mecânico é também encanador, que sofre e não reclama de dor. E a união deles é um tal artista que pinta, que esculpi, que grava, interpreta, faz palhaçada e é político. Nesse espéctro político opõe-se a "DIREITA", sou a favor de reformas liberais quando não mesmo revolucionárias, segundo Norberto Bobbio,(filósofo político, historiador do pensamento político e senador vitalício italiano), "Ser de esquerda é lutar pela igualdade".
Nesse todo, uniram-se. Em alguns meses escrevendo um projeto com boas problemáticas a serem dichavadas por orientações de doutores da arte, que carregam consigo ótima bagagem de experiências e soluções, inscreveu-se no curso de Mestrado que a instituição Estadual Universidade de São Paulo, com sua Escola de Comunicação e Artes oferece para este segundo semestre de 2009. Melhor que eu fale em primeira pessoa. - Eu me inscrevi.
Disciplina: Modos Contemporâneos de Produção de Imagens Poéticas. Coordenada pela Profª Drª Branca Coutinho de Oliveira.
Eis o acaso por fazer nossas vivências se cruzarem.

Não criei ainda esperanças para que eu seja selecionado nessa etapa da minha vida, me sinto neutro e me abdico a qualquer opinião. É só mais uma fase nessa tão cheia de fases, mais uma lição a ser feita, mais e mais e mais...
E além do mais tô feliz, encontrei um sorriso que merece o meu nesse momento, e com a mesma postura a minha fase de estudo, me mantenho neutro, me entrego sem me permitir à mágoa. Estendo meu tapete vermelho, entre e fique a vontade. Vou somar mais alegria. Bom Dia!