domingo, 4 de janeiro de 2009

Om (ॐ)


O Om (ॐ) é o mantra mais importante do hinduísmo e outras religiões, considerado o corpo sonoro do "Absoluto" é o som do infinito e a semente que fecunda os outros mantras.

O Om começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um (a), mantendo a língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada. O som nasce no centro do crânio, se projeta para frente e vibra na garganta e no peito. Após alguns segundos de vocalização, a língua deve recolher-se para trás. Assim, aquele som similar ao (a), se transforma numa espécie de (o) aberto, que vai fechando progressivamente.

No final, sem fechar a boca, a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se transforma em um (m), que em verdade não é exatamente um (m), mas uma nasalização. Esta nasalização se chama anunásika em sânscrito, que significa literalmente com o nariz, e deriva da palavra násika, nariz. Mais claro, impossível. Em verdade, o mantra poderia grafar-se Aoõ. Neste ponto, o ar sai pelas narinas e o som vibra com mais intensidade no crânio. Aconselha-se que se treine colocando uma mão no peito e a outra na testa para perceber como a vibração vai subindo conforme o mantra evolui.

Porém, se você prestar atenção à vibração que acontece durante a vocalização, perceberá que ao emitir a letra (o) inicial (que começa como um a), a nasalização do (m) já está contida nela. Ou seja, é um som que se faz com o nariz, e não uma letra (m). Ao perseverar na vocalização, sente-se nitidamente que a vibração se origina no centro da cabeça e vai expandindo até abranger o tórax e o resto do corpo. resumindo, o Om começa com a boca aberta e termina com ela entreaberta.

Om é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmem, a raiz de todos os sons da natureza.

E assim inicia-se também este blog, como um som, um gesto, um ato de expor minhas idéias, minhas inquietações, minhas angústias, um compromisso comigo mesmo por meio dessa ferramenta de comunicação "moderna", onde minha voz em letras alcança grandes distâncias, é como ter o poder de falar para o mundo e não à uma pequena roda de amigos dentro de um bar qualquer. Decisão de criar essa sala por um conselho de um novo amigo, uma pessoa que talvez só tenha passado na minha vida pra somar um pouco mais de vida em mim, ou ainda mais, uma pessoa que pode ainda fazer parte por muito tempo.

Pessoa essa que num papo curto, dentro d`um barquinho de pescador cercado por água e mais água salgada, entre olhares compenetrantes e atentos um ao outro, no caminho de volta e com um sentimento de plena satisfação de termos alcançado o que fomos buscar, de certa forma parecidos, mais cada um no seu jeito, a seu modo em 7 dias isolados da babilônia se fez uma pergunta. Pergunta simples, mas com uma força sem igual:

Drigão, você gosta de escrever?

(...)


Prazer te conhecer muleque firmeza!

Alberto Geraissate Paranhos Oliveira, vulgo Beto


Gratidão