quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Hoje fotografei o infinito

Silêncio por favor.


Enquanto esqueço um pouco a dor, desses últimos dias difíceis que, nem eu acredito que sou eu.


Não digo nada sobre meus defeitos, pra você eles não vão existir, nem pra mim. Já nem me lembro mais quem me deixou assim e ontem, eu quis apenas uma pausa no tempo, esquecer desses últimos dias difíceis e olhar as meninas, as meninas e as meninas, e nada mais. Um certo amor descontraído, que me solta os sorrisos, e não preciso me esconder, olhar escondido, perceber despercebido, disfarçar o acontecido.


Quem sabe de tudo, não fale. Quem não sabe nada, se cale. Porque hoje, por conta de ontem eu quero pintar, desenhar, me apropriar do infinito. Hoje eu vou fazer, do meu jeito eu vou fazer minha fuga para o infinito.


Sou livre do amor, não tenho um... Não que eu sáiba. Faço das coisas que acho propício se tornar amor pra mim.


Soltar pipa, descer a rua com meu carrinho nos pés, lavar o carro com mangueira na garagem em dia de feira, tomar caldo de cana e passar no mercadinho descalço no asfalto quente, encontrar velhos amigos, e depois os novos amigos. Sentar na calçada, correr atrás da pipa mandada, olhar pro horizonte depois de comer uma pratada no almoço. Lavar o quintal e o tênis sujo de terra, subir na laje e avistar a favela.


Esquecer o lado triste da vida e olhar as meninas, esquecer o que se tem por trás dos olhos, e olhar as meninas, tê-las nos braços e nada mais. Pintei o infinito, e traçei meu caminho.



obra: Sem título
acrílica s/ papel alto alvura 240g
42 x 68 cm
abril de 2007
Marcomini